quinta-feira, 9 de abril de 2020


10 de abril de 2020
Superlua cheia – um encantamento para nossas almas

Confesso que a lua sempre me encantou.  Seja nos céus paraibanos de minha meninice e peraltices em Campina Grande; seja nos céus de minha adolescência e seus amores febris e serenatas intensas em Epitácio e seu rio-mar Paraná;  seja nos céus cearenses e ou paulistanos de minha maturidade e velhice. 



Essa lua, única vizinha deste planeta que nos pariu a todos nós, às vezes está um pouquinho distante;   está a uns 384.400 quilômetros daqui.  Mas, às vezes ela se chega um pouquinho mais perto,  e fica assim com uma  distanciazinha de uns 357.500 quilômetros.

É a esse aconchego dela que  os astrônomos (que não são poetas) passaram a chamar (a partir de 1978)  de “Superlua Cheia" e ocorre somente de 14 em 14 anos.




As venturas e desventuras em 1992 e 2006
Em março de 1992 nada havia de medonho além da Guerra da Bósnia. 
Foto:  Tom Stoddart / Getty Images
Já em março de 2006, houveram algumas ocorrências científicas e políticas-sociais.  No campo da astronomia, além do "rebaixamento" de Plutão à categoria de planeta-anão, foram descobertas as primeiras evidências de água em Marte (rios, lagos e mares). Também houve  o Marcos Pontes, que à bordo da nave russa Soyuz TMA-8, entrou para a história como o primeiro astronauta brasileiro a ir para o espaço (hoje ele está em outras órbitas: tornou-se o  ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, do “governo” de Bolsonaro&Filhos).  E por falar em política e/ou em despolítica,  foi também em 2006 que o super-larápio Lula da Silva foi reeleito.  E para suavizar o ano 2006 com sua Superlua Cheia, o Brasil recebeu a visita do Dalai Lama
Lago no planeta Marte  - Imagem obtida pela sonda Curiosity  -  NASA
Nave espacial russa Soyuz TMA-8    -  NASA

Dalai Lama  -   Foto:  Folhapress / Veja

2020 e a tragédia do Coronavírus
De 9 a 11 de março, centenas de milhões de olhares se voltaram para a deslumbrante beleza da Superlua Cheia de 2020.  Esqueceram-se,  mesmo que por alguns segundos, da sanha contagiosa e assassina da covid-19 que houvera dado seu pontapé em janeiro, ou em fevereiro e que desde então têm se espalhado celeramente em todos os recantos do planeta Terra, contaminando milhões de pessoas independente de raças, credos e bandeiras  , e provocando centenas de milhares de mortes,
Sensatez e contraponto da  boçalidade 
política em tempo de coronavírus
Os países que inicialmente adotaram a sensatez  de estabelecer o isolamento social total e absoluto quando do surgimento do vírus fatídico, conseguiram minimizar as contaminações e,  por conseguinte,  o número de óbitos.
Um exemplo brasileiro de estupidez  
Foto: Sérgio Lima - AFP
Já aqueles países dirigidos (ou mal-dirigidos) por medíocres e fanáticos pelo poder  e manutenção  do status quo, e que perderam tempo preciosos (ou que continuam a perder) em levantar suas bandeiras podres de ignorância política, têm levado a um absoluto risco da proliferação maciça do coronavírus com sua fatídica foice da morte.  Esses boçais “governantes”, que desobedecem a determinação científica do isolamento social,  ou se julgam ungidos, ou protegidos da contaminação por vomitarem “ser atletas”.  A história os julgará como causadores da proliferação do coronavírus,  e pela perda de milhares de vidas, seja as de seus fanáticos seguidores, seja as de outros que venha a ser contaminados por aqueles.   
Uma pausa nas angústias para  buscar entender o  fenômeno do  “banho de lua”

Como a Lua não tem luz própria, ela reflete a luz do Sol, que é branca – resultado da soma de todas as cores.  Quando atravessa a atmosfera do nosso planeta, a luz refletida pela Lua se dissipa pelo ar.  Em contato com as moléculas dos gases que compõem o ar (oxigênio, nitrogênio e hidrogênio), algumas cores, como o violeta, o azul e o verde, podem se dispersar a ponto de se tornarem imperceptíveis.
É o que acontece quando a Lua está mais próxima do horizonte – ao amanhecer ou anoitecer. “Nesses momentos, a luz penetra a parte da atmosfera mais próxima do chão e, para isso, tem de atravessar uma camada mais densa de ar.   Nesse processo, perde boa parte de sua cores azul e verde.  Sobram muito amarelo, laranja e vermelho. A mistura dessas cores é que dá o tom amarelado”, diz Luiz Nunes de Oliveira, professor do Instituto de Física de São Carlos (USP).

Quando está bem no alto do céu, a luz refletida pela Lua conserva a cor original, que é o branco. Isso porque o ar é mais rarefeito em altitudes elevadas, fazendo com que a perda das tonalidades luminosas verde, azul e violeta seja bem pequena.

Essa é a nossa lua, o nosso satélite natural.  Único, lindo, deslumbrante.
Por um certo tempo, a partir de 20 de julho de 1969, foi pisado por vários de nós.  Tiraram-lhe, para importantes estudos, um número significante de suas pedras, de suas rochas, de sua poeira. 
Desde então, até o dia 19 de dezembro de 1972, assistiu devotados  visitantes-estudiosos, percorrerem seu corpo frio, em longas caminhadas de passos incertos, em veículos motorizados.


E, ao longo de 47 anos, continua assistindo as barbáries, a fome, a miséria, as atrocidades, as guerras fratricidas, as doenças, as pestes.  Continua assistindo sem apagar sua encantadora beleza, sua doce poesia.  



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