quinta-feira, 7 de julho de 2016

07/julho/2016 às 10h30
Deputado Eduardo Cunha renuncia à presidência da Câmara
Deputado estava afastado do cargo pelo Supremo desde 5 de maio.
Waldir Maranhão deverá convocar novas eleições em até cinco sessões.
No anúncio de sua renúncia,  peemedebista va da alegria às lágrimas  Foto: André Dusek - Estadão 


O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renunciou nesta quinta-feira (7) à presidência da Câmara. Ele estava afastado do cargo desde 5 de maio por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que também suspendeu o seu mandato parlamentar por tempo indeterminado.
Sob gritos de "fora Cunha" (veja no vídeo abaixo) ao chegar ao Salão Verde da Câmara, ele fez o anúncio da decisão em um pronunciamento, no qual ficou com a voz embargada ao se referir à família, que, segundo disse, foi alvo de perseguição.

Antes do pronunciamento, Cunha foi à Secretaria Geral da Mesa para entregar a carta de renúncia (leia ao final desta reportagem). Para fazer o pronunciamento, fez uma comunicação prévia ao STF que iria à Câmara, já que o ministro Teori Zavascki impôs a ele essa condição.
Ao se pronunciar, Eduardo Cunha fez a leitura da carta entregue à Câmara, dirigida ao presidente interino da Casa, o vice-presidente Waldir Maranhão (PP-MA).
A carta de renúncia de Eduardo Cunha
A carta de renúncia de Eduardo Cunha
"Estou pagando um alto preço por ter dado início ao impeachment. Não tenho dúvidas, inclusive, de que a principal causa do meu afastamento reside na condução desse processo de impeachment da presidente afastada. Tanto é que meu pedido de afastamento foi protocolado pelo PGR [procurador-geral da República] em 16 de dezembro, logo após a minha decisão de abertura do processo", justififcou, em referência ao processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, que se iniciou na Câmara sob a gestão dele.

Cunha afirmou que decidiu atender aos apelos "generalizados" dos apoiadores e renunciar porque a Câmara, segundo disse, está sem direção.
"É público e notório que a Casa está acéfala, fruto de uma interinidade bizarra, que não condiz com o que o país espera de um novo tempo após o afastamento da presidente da República. Somente a minha renúncia poderá pôr fim a essa instabilidade sem prazo. A Câmara não suportará esperar indefinidamente", declarou.

O peemedebista comunicou a sua decisão em uma carta dirigida ao presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), que é o primeiro-vice-presidente e ocupa interinamente a presidência.
A carta terá de ser lida em plenário e publicada no "Diário Oficial da Câmara". A partir daí, novas eleições terão de ser convocadas em um prazo de até cinco sessões do plenário, considerando tanto as de votação quanto as de debate, desde que cada uma tenha, no mínimo, 51 deputados presentes.
A renúncia foi anunciada após reiteradas negativas do próprio Cunha de que abriria mão do cargo, mesmo diante da perda de apoio gradual entre seus aliados.
Diversos líderes e aliados já tinham defendido publicamente a renúncia, não só pelo desgaste à imagem da Câmara, mas, principalmente, para tirar Maranhão da presidência interina.
A eleição no plenário, que ainda será marcada por Maranhão, é secreta e ocorrerá pelo sistema eletrônico, onde os parlamentares registram o seu voto. Qualquer deputado pode disputar a vaga. Para se um deputado se eleger presidente, é preciso obter maioria absoluta dos votos dentre os que tiverem votado.
Investigado
Eduardo Cunha é réu em duas ações no Supremo Tribunal Federal relacionadas ao esquema de corrupção que atuava na Petrobras e alvo de uma terceira denúncia feita pela Procuradoria Geral da República e que ainda será analisada pelos ministros do tribunal.
Em uma das ações, aberta em março, ele é acusado de ter recebido US$ 5 milhões em propina referente a um contrato de um contrato do estaleiro Samsung Heavy Industries com a Petrobras.
Na segunda ação, aceita em junho pelo Supremo, ele responde pelo suposto recebimento e movimentação de propina em contas secretas na Suíça.

A propina teria origem na compra, pela Petrobras, de um campo de petróleo em Benin, na África. O negócio teria rendido R$ 5,2 milhões para Eduardo Cunha.
A terceira denúncia diz respeito ao suposto envolvimento de Eduardo Cunha em desvios nas obras do Porto Maravilha no Rio de Janeiro. A acusação se baseia nas delações premiadas dos empresários Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia.
A defesa contesta todas as acusações e sustenta que "não há indícios minimamente sólidos" das imputações ao deputado afastado.
Na Câmara, Cunha responde a um processo disciplinar no Conselho de Ética, que aprovou parecer favorável à cassação do seu mandato, sob a acusação de que teria mentido sobre a existência de contas secretas na Suíça.
Cunha nega e diz ser apenas o beneficiário de fundos geridos por trustes (empresas jurídicas para gerir bens). Com a renúncia, o processo, que está na fase de recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), segue normalmente.


terça-feira, 5 de julho de 2016

05/julho/2016 às 19h30

Turistas da Rio 2016 não devem esperar 'Londres ou Nova York', afirma Paes 

Prefeito participou de cerimônia que marca a contagem regressiva de 30 dias para os Jogos

"A gente pede para que as pessoas não venham para cá esperando Chicago, Nova York ou Londres. Comparem o Rio com o Rio", afirmou o prefeito
"A gente pede para que as pessoas não venham para cá esperando Chicago, Nova York ou Londres. Comparem o Rio com o Rio", afirmou o prefeito

Nesta terça-feira (5), o prefeito do Rio, Eduardo Paes, participou de uma cerimônia que marcou o início da contagem regressiva de 30 dias para a realização da Olimpíada no Rio de Janeiro. A cidade recebe o maior evento esportivo do mundo e, segundo o prefeito, ela ocasionou uma "deselitização" na comissão olímpica e ainda acrescentou que os turistas não devem vir para o Rio esperando encontrar cidades como Londres e Nova York.
"O movimento olímpico que tinha uma elitização, quando os jogos vem para o Rio, sofreu uma deselitização por causa dos problemas que o nosso país, cidade tem. Foi uma ótima oportunidade para transformar a cidade do Rio. Eu tenho muito orgulho do meu país e da minha cidade. O Brasil passa por uma crise política e econômica. Mas o Brasil tirou muita gente da pobreza e tem ajudado muita gente. O que nos fez sensibilizar o comitê olímpico internacional foram as mazelas do Rio de Janeiro. Nós mostramos cenas de deslizamentos, enchentes, engarrafamentos e foi essa a razão da gente ter ganhado para ser sede. A gente pede para que as pessoas não venham para cá esperando Chicago, Nova York ou Londres. Comparem o Rio com o Rio", afirmou o prefeito..
O ministro dos Esportes, Leonardo Picciani; e o ministro da Justiça, Alexandre Moraes também participaram do encontro.
A inauguração do Museu Cidade Olímpica e a Nave do Conhecimento, um espaço interativo no Engenho de Dentro, Zona Norte do Rio também ocorreu no evento, onde Paes, durante uma apresentação inicial, mostrou as transformações que a cidade sofreu. Ele retomou a derrubada da perimetral, restauração da Zona Portuária e intervenções na mobilidade urbana.
Já o ministro dos Esportes, Leonardo Picciani, ressaltou a aliança entre os governos Federal e Municipal, esperando que ela seja aprofundada. "Neste momento que falta um mês que o Rio receber um dos eventos mais importantes da humanidade, a cidade cumpriu a sua tarefa. O Governo Federal tem sido parceiro na realização e espera aprofundar ainda mais essa parceria cumprindo com suas obrigações", disse. 

Polícia Federal nega rumores de desmanche de força-tarefa da Lava Jato


O delegado da Polícia Federal Igor Romário de Paula, coordenador da Lava Jato, negou segunda-feira (4) que a força-tarefa da operação esteja passando por um processo de desmonte, rumor que passou a circular após a dispensa, na semana passada, de dois delegados envolvidos com as investigações.
No início de uma coletiva de imprensa sobre a 31ª fase da Lava Jato, em Curitiba, Romário de Paula leu uma nota na qual disse não ser “verídica" a versão de que a força-tarefa "passa por um desmanche". "Em momento algum sofremos qualquer tipo de pressão interna ou externa em função da substituição desse ou dequele delegado”, diz a nota.
O coordenador da Lava Jato afirmou que a substituição dos delegados Eduardo Mauat, feita a pedido, e Duílio Mocelin são “opções estratégicas da coordenação, com apoio irrestrito da equipe de investigação, administração regional e direção-geral da Polícia Federal”.
Também foi confirmada a saída temporária do delegado Luciano Flores, que participará dos trabalhos em torno dos Jogos Olímpicos Rio 2016.
Para preencher as vagas, foram chamados os delegados Rodrigo Sanfurgo, ex-chefe da Delegacia de Crimes Financeiros em São Paulo; Luciano Menin, ex-integrante da força-tarefa que retorna à equipe, e Roberto Biasoli, egresso do Departamento de Cooperação Internacional do Ministério da Justiça.
“A operação Lava Jato não sofrerá qualquer prejuízo em seus trabalhos investigativos e operacionais”, acrescentou Romário de Paula.
Rede contra corrupção
Destacando a realização de cinco operações ligadas à Lava Jato em sete dias, autorizadas por cinco juízes de cinco diferentes estados, o procurador da República Roberson Pozzobom defendeu a formação de uma rede mais coesa de combate à corrupção, envolvendo diferentes órgãos do Judiciário e do Executivo.
“Não há como confrontar o crime organizado de maneira desorganizada. Precisamos que outros órgãos de execução penal e que toda a sociedade forme uma grande rede de combate à corrupção. Essa rede deve ter uma malha próxima o suficiente para captar mesmo os pequenos casos de corrupção, e forte o bastante para que não se consiga corrompê-la”, disse o procurador durante coletiva sobre a 31ª fase da Lava Jato, em Curitiba.
Veja nota divulgada pela PF:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Curitiba/PR – Considerando algumas matérias veiculadas recentemente na mídia nacional e o compromisso com a total transparência de todos os procedimentos relacionados à chamada Operação Lava Jato, a Polícia Federal vem a público prestar os seguintes esclarecimentos:
Em momento algum a equipe de investigação sofreu qualquer tipo de pressão interna ou externa pela substituição de determinado delegado. De fato, dois delegados estão deixando a equipe de investigação da Operação Lava Jato, mas não é verídica a informação de que a equipe dessa força tarefa esteja passando por um “desmanche”.
A PF substituiu dois delegados que estavam em missão em Curitiba/PR - Eduardo Mauat da Silva (lotado no Estado do Rio Grande do Sul) e Duílio Mocelin Cardoso (lotado no Estado de Rondônia) - a quem agradece pelo trabalho realizado.
As autoridades acima serão substituídas pelos delegados Rodrigo Sanfurgo, ex-chefe da Delegacia de Combate a Corrupção e Crimes Financeiros de São Paulo, Luciano Menin, que já integrou a equipe Lava Jato em um passado recente, e Roberto Biazolli, autoridade com experiência em investigações internacionais, por ter trabalhado no Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça (DRCI).
Quanto ao delegado Luciano Flores de Lima, sua saída ocorreu a pedido do servidor e é temporária, devendo reintegrar a equipe logo após o término de sua missão junto à Coordenação de Grandes Eventos em Brasília, durante o período dos Jogos Olímpicos 2016.
Essas mudanças são opções estratégicas da coordenação, com apoio irrestrito da equipe de investigação, Administração Regional e Direção Geral da Polícia Federal, visando oxigenar o grupo, dando a ele um novo fôlego para que os trabalhos continuem buscando cada vez mais sua superação. 
Por fim, para que a sociedade se tranquilize, tenham certeza de que a Operação Lava Jato não sofrerá qualquer prejuízo em seus trabalhos investigativos e operacionais. Para que tenham ideia da nossa preocupação, a carga principal de inquéritos que estava com o delegado Eduardo Mauat da Silva foi entregue ao delegado Márcio Adriano Anselmo, conhecido por seu inquestionável trabalho junto à Lava Jato e originariamente o responsável por essas investigações.

segunda-feira, 4 de julho de 2016



Meta é “colocar o Brasil nos trilhos”, diz Temer

Presidente interino disse que não teme propor medidas impopulares





O presidente interino Michel Temer disse hoje (4) que não teme propor medidas impopulares, se forem para  melhorar o país. “O meu objetivo não é eleitoral. Se eu ficar mais dois anos e meio e conseguir colocar o Brasil nos trilhos, para mim basta. Não quero mais nada da vida pública”, declarou.
Temer participou nesta segunda-feira da GlobalAgrobusiness Fórum, na capital paulista. Ao discursar, ele disse que, em pouco tempo de governo, já conseguiu estabelecer uma conexão entre o Executivo e o Legislativo. “Num estado democrático, você depende do apoio do Congresso Nacional. Num estado autoritário, você o ignora”, disse.
Ele citou exemplos como desvinculação das receitas orçamentárias, a modificação da meta fiscal, a proposta limitadora de gastos (que terá também os estados incluídos) e a renegociação das dívidas dos governos estaduais.

Presidente interino disse que não teme propor medidas impopulares
Presidente interino disse que não teme propor medidas impopulares

Michel Temer defendeu, ainda, o aumento salarial do funcionalismo, que, segundo ele, foi prefixado, abaixo da inflação. “Se não fizéssemos aquele acordo em níveis abaixo da inflação, corríamos o risco de ter greve nos setores essenciais, uma coisa politicamente muito desastrosa para o país”, disse. Temer garantiu que o governo está empenhado na contenção de gastos.


04/julho/2016 às 8hs30

Funaro: "Eduardo Cunha pode implodir governo Temer"

Doleiro diz entregará vídeos gravados sobre propinas com parlamentares do PMDB








O doleiro Lúcio Funaro, preso pela Polícia Federal nesta quinta-feira (30) na Operação Saqueador, garante ter gravações em vídeo com empresários e parlamentares que visitaram seu escritório em São Paulo para discutir os valores dos contratos e das respectivas propinas a serem pagas. A informação é da revista Veja desta semana.
Diante das dificuldades para negociar sua redução de pena por meio da delação premiada e mesmo admitindo a seus advogados que não será fácil, Funaro está empenhado em entregar outros beneficiários de propinas. De acordo com arevista, o doleiro teria recebido R$ 100 milhões de empresas em contratos públicos e, a mando do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), entregou o dinheiro a caciques do PMDB e deputados do chamado "centrão". Atualmente afastado da Presidência da Câmara pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Cunha conduziu na Casa o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.


Eduardo Cunha tem recorrido ao presidente interino Michel Temer para preservar mandato na Câmara
Eduardo Cunha tem recorrido ao presidente interino Michel Temer para preservar mandato na Câmara

Apesar de diversos caciques do PMDB e do governo Temer estarem implicados em denúncias de corrupção em diferentes investigações, Eduardo Cunha, que se reuniu no último domingo com o presidente interino Michel Temer para salvar seu mandato na Câmara, é o que está em pior situação. O deputado ainda quer que Temer tente eleger para a Presidência da Câmara um aliado seu. Segundo a Veja, a procura do deputado pelo presidente interino tem explicação numa frase dita recentemente por Funaro, de quem Eduardo Cunha é muito próximo: "O Cunha pode implodir o governo Temer".