Ministro, PEÇA DESCULPAS AOS PROFESSORES.
Senhor ministro da Educação Milton Ribeiro, ao ler sua entrevista dada a jornais paulistas, cariocas e brasilienses (e os pontos básicos que foram replicados por dois jornais americanos e um francês, e por uma revista britânica, eu levei um susto com a sua escorregadela. Disse o senhor: “Hoje ser professor é ter quase uma declaração de que a pessoa não conseguiu fazer outra coisa na vida. ”
Ou seja, são pessoas que fracassaram.
Existem zilhões de profissões. Mesmo assim, o que se depreende de sua fala é que milhões acabaram sendo professores. Foi por incapacidade? Ou por preguiça? Ou por deficiência mental? Ou por incompetência, burrice, analfabetismo?
O senhor, ministro, pertence a uma escola de elite.
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Universidade Mackenzie / Crédito da foto: Google Images |
O Instituto e a Universidade Mackenzie, são reconhecidos pela qualidade. Seguindo sua concepção, poder-se-ia dizer que os professores que dão aulas ali, e em todas as escolas do Estado, do País, foram dar aulas porque não acharam mais o que fazer? Ou é gente que sonhou e se formou para isso? Que estudou, batalhou à exaustão, conseguiu nível de excelência? Ou porque idealizaram mudar cabeças, melhorar o País? Ou porque são sabedores de que isso só se consegue com conhecimento e educação?
É sabido – e o senhor sabe melhor do que ninguém –
que o número de professores no país em 2017 passava de 2 milhões e 500
mil. (Todos se espantam por
ser esse dado de 2017. No entanto, é elementar: – quem se interessa por dados
de miseráveis apaixonados?)
Mas, vamos lá, senhor ministro! A maior parte dos 2 milhões e meio de
professores são da educação básica, seguindo os do ensino
superior.
Será que esse número todo é de gente que não conseguiu outro trabalho? Não puderam ser célebres no
cinema, no rádio, na
televisão? Nem se destacaram entre os caminhoneiros, mestres de cozinha, jogadores de
futebol, taxistas, modelos, bailarinos, publicitários, motoboys, astronautas, garis, trapezistas, executivos, chapeiros de
hambúrgueres, banqueiros, assessores
políticos, bicheiros, vidraceiros, fotógrafos lambe-lambe,
jardineiros, pianistas, caftens, donos de papelaria ou de pastelaria?
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Ministro da Educação Milton Ribreiro - Crédito da foto: Jorge William / Agência o Globo |
O senhor andou pelo Brasil, ministro? Saiu dessa confortável poltrona em que o vejo aboletado nas fotos dos jornais aos quais o senhor deu sua malfadada entrevista? Por acaso, o senhor teve a oportunidade de ir para o seu trabalho, em botes ou em barcos precários, arriscando a propria vida, como o fazem diariamente centenas de milhares de nossos professores e estudantes?
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Transporte para professores, (foto acima), e para estudantes (foto abaixo) no estado do Amazonas (Imagens: www.educaçao.am.gov) |
Esteve nas escolas rurais de Coreaú, interior do Ceará, onde os professores madrugam para pegar
os paus-de-arara, afim de dar aulas a filhos de camponeses?
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Pau-de-arara condução para professores e alunos em Coreaú - CE / Crédito da foto: Sinduicato dos Professres de Coreaú |
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Redes no convés de barco em Macapá - Crédito da foto: www.jornaljoca.com |
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Crédito da imagem: http://www.razoesparaacreditar.gov |
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Crédito da foto: Veja / Abril - Google Images |
Por fim, senhor ministro, permita-me que me apresente.
E, por favor, compreenda: não tenho a mínima intenção de me
vangloriar!
Quero apenas que o senhor compreenda, agora, por qual motivo eu editei essa Postagem. O porquê de minha revolta, quanto ao seu
desrespeito para com os nossos Professores.
●Sou jornalista desde 1962, com pós-graduação pela Georgia
State University, e publicitário desde 1966, com pós-graduação pela New York
University.
●Também sou psicólogo clínico desde 1981; e me doutorei em Teologia em 1987.
●Publiquei dois livros, tenho um no prelo, e dois em fase final de elaboração.
●De uns 16 anos pra cá, por exigência de amigos queridos, comungadores de
ideais comuns, sou produtor de 4 blogs de cunho cultural-artistico,
científico, religioso, e político-social.
Este breve curriculum se deve a quê, senhor ministro? Vou lhe responder, rapidinho:
― O que fui, e o que sou agora, devo aos professores que tive nas escolas por onde passei meus anos de criança, de adolescente, de adulto. Enfim, ao longo desta minha simplória vidinha.
À eles, portanto, o meu carinho!
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Uma aula com a DONA NERY - Campina Grande - Paraíba |
Como esquecer a tão enorme dedicação daquele anjo que atendia pelo nome de Dona Nery?... Me
responda, senhor ministro!
Depois do amoroso anjo paraibano Dona Nery, vieram os dedicados e apaixonados professores no Curso
primário; no
Ginasial; no
Colegial; e
ao longo dos cursos superiores, trilhados nas inúmeras faculdades atreladas às
várias Universidades nacionais, e às duas internacionais.
Tenho-os todos na memória, senhor ministro Milton
Ribeiro. Eles
estão guardados, indeléveis. Todos de primeiríssima linha. Dedicados. Cultos. Apaixonados.
Enfatizo, sem querer ser cansativo à sua distinta figura, senhor ministro da Educação, que ao longo desses meus 70 anos, conheci e me apaixonei por mais de duas
centenas de professores que adoravam (e continuam a adorar) seu ofício. Eles poderiam
ter sido engenheiros, advogados, médicos, cientistas, sociólogos, geólogos, dentistas, biólogos, jornalistas, vereadores, prefeitos, deputados, senadores, ministros, e daí em diante. Mas, preferiram
ser mestres. Daí
essa assertiva indiscutível, senhor ministro: ― Ninguém vai ser professor sem paixão
pelo ensino.
Ministro Milton Ribeiro, NÃO IGNORE NUNCA O PROFESSOR.
Esse que é mal pago, desconsiderado, violentado, processado
por pais, agredido por alunos.
Peça desculpas a essa gente varonil, base
de nossa Nação, por suas descuidadas colocações.
Seu cargo é mais importante que o do seu tresloucado chefe & boçais Filhos.
Não misture alhos com bugalhos, livre-se dos preconceitos, e entre para a História colocando ordem no Caos.
E jamais imite o cretino que "dá bananas" ao que nos é de mais vital: o SABER.
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Crédito da imagem: Jornal de Brasília (Divulgação) |
FONTES: O Estado
de S.Paulo / A Folha de S. Paulo / Jornal de Brasília /
Correio Braziliense /
VEJA / ÉPOCA / ISTO É / TIMES Magazine /
VALOR Econômico / The New York Times / O Antagonista / UOL
Notícias / Facebook / Twitter / REUTERS / Getty Images / Image Bank
/ G1-Globo / The greenspodt.com / www.jornaljoca.com
/ www.novaescola.org.br / www.portalamazonia.com / Sindicato dos
Professores de Coreaú – CE ( www.sindproc.blogspot.com.br
/ ) / www.razoes paraacreditar.gov / www.alamy.com
(Uarini – AM) / www.slmandic.adm.br / www.educação.gov
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