sexta-feira, 19 de agosto de 2016


Teori libera denúncia contra Gleisi e Paulo Bernardo para julgamento pelo STF


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato, liberou para a pauta de julgamento da Segunda Turma do STF a denúncia apresentada pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, em um inquérito da Operação Lava Jato, contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), o marido dela, o ex-ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. A liberação da denúncia para a pauta foi registrada ontem (18) no andamento processual do STF.
Além da senadora e do ex- ministro, faz parte da denúncia também o empresário Ernesto Kugler Rodrigues, que seria ligado ao casal. Os três foram denunciados ao STF em maio deste ano e são acusados de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por supostamente receberem R$ 1 milhão para a campanha de Gleisi ao Senado em 2010. Segundo delatores da Lava Jato, o valor é oriundo de desvios de contratos da Petrobras.
Delações
A senadora e o ex-ministro foram citados nas delações premiadas do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa. Já Ernesto Kugler foi citado por outro delator, Antônio Carlos Pieruccini, que afirmou, em depoimento, que o dinheiro foi transportado, em espécie, de São Paulo para Curitiba, em quatro viagens e que teria sido entregue por Kugler.
Caso a denúncia seja recebida pelos ministros, os denunciados passam à condição de réus na ação. A data para julgamento ainda não foi definida. Na época que a denúncia foi apresentada ao STF, a defesa da senadora e do ex-ministro disse que o documento era “frágil” e merecia ser derrubado pelo Supremo.
Em julho deste ano, a  Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo urgência no julgamento da ação. Na manifestação que foi enviada ao Supremo, a procuradoria diz que há provas evidentes de crimes. Já a defesa da senadora alegou que as acusações são “meras conjecturas feitas às pressas” em função de acordos de delação premiada.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016


Bumlai depõe sobre sítio em Atibaia investigado na Lava Jato

Pecuarista está em prisão domiciliar para tratar câncer e problemas cardíacos

Segundo o inquérito, as reformas teriam sido feitas com recursos desviados da Petrobras.

O pecuarista José Carlos Bumlai prestou depoimento nesta quinta-feira (17) na sede da Polícia Federal em São Paulo, sobre sua participação na reforma do sítio em Atibaia investigado na Operação Lava Jato como sendo de propriedade do ex-presidente Lula. Bumlai saiu acompanhado de sua advogada Daniela Meggiolaro, mas, segundo ela, eles não poderiam dar detalhes do depoimento porque a investigação corre sob segredo de justiça.
“[Depoimento] foi muito simples, sobre a participação dele na reforma do sítio, que foi muito pequena”, disse a advogada. Segundo ela,  Bumlai respondeu às perguntas "como sempre fez". "Desde que foi preso, ele só tem dado demonstrações de que pretende oferecer o maior número de detalhes e informações sobre qualquer participação dele nos fatos que são apurados na Operação Lava Jato", acrescentou Daniela.
Os advogados de Bumlai ingressaram no Supremo Tribunal Federal (STF) com pedido de habeas corpus para evitar que ele retorne à prisão. O pecuarista está, atualmente, em prisão domiciliar para tratamento de um câncer na bexiga e de problemas cardíacos. Na semana passada, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, determinou que Bumlai se apresente à Polícia Federal (PF), no próximo dia 23, para que seja novamente levado para o Complexo Médico Penal da capital paranaense.
A mulher de Lula, Marisa Letícia, e seu filho, Fábio Luís Lula da Silva, não compareceram na terça-feira (16) ao depoimento marcado pela Polícia Federal de Curitiba. O advogado do ex-presidente Lula da Silva, Cristiano Zanin Martins, disse, na ocasião, em entrevista coletiva na capital paulista, que o não comparecimento dos dois ao depoimento foi apenas o exercício de um direito previsto na Constituição.
O depoimento estava marcado para as 10h de terça-feira na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo e fazia parte da Operação Lava Jato. Na ocasião, seria abordada a questão das reformas feitas no sítio em Atibaia, cuja propriedade é atribuída a Lula. Segundo o inquérito, as reformas teriam sido feitas com recursos desviados da Petrobras.

domingo, 14 de agosto de 2016

14/agosto/2016 às 10h15 
Cunha reclama de 'abandono' e faz ameaças a Temer

Ainda pendente de um processo de cassação de mandato parlamentar previsto para ser votado em setembro na Câmara, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) não desistiu de salvar o cargo e continua pensando em estratégias para não perder a imunidade parlamentar e suas denúncias na Lava Jato caírem nas mãos do juiz federal Sérgio Moro.
De acordo com informações da coluna de Lauro Jardim, no Globo deste domingo (14), Cunha enviou um mensageiro ao Palácio do Jaburu para conversar com Michel Temer. O emissário transmitiu o recado do deputado afastado em forma de parábola e em tom de ameaça. Cunha mandou dizer que "era uma vez cinco amigos que faziam tudo junto, viajavam, faziam negócios.... então, um virou presidente, três viraram ministros e o último foi abandonado". Seu mensageiro complementou que "isso não vai ficar assim".
Em resposta, Temer teria dito que "está tentando ajudar", segundo relatos do próprio Cunha
Em resposta, Temer teria dito que "está tentando ajudar", segundo relatos do próprio Cunha
Em resposta, Temer teria dito que "está tentando ajudar" Eduardo Cunha, segundo relatos do próprio ex-presidente da Câmara. Nos últimos meses, proliferaram especulações contraditórias de que Michel Temer estaria disposto a salvar o mandato de Cunha e que aperda de poder do deputado seria um alívio para o Palácio do Planalto, caso o impeachment da presidente Dilma Rousseff seja aprovado e Temer governo até 2018.