10 de abril de 2020
Superlua cheia – um encantamento para nossas almas
Confesso que a lua sempre me encantou. Seja nos
céus paraibanos de minha meninice e peraltices em Campina Grande; seja nos céus de minha
adolescência e seus amores febris e serenatas intensas em Epitácio e seu rio-mar Paraná; seja nos céus cearenses
e ou paulistanos de minha maturidade e velhice.
É a esse aconchego dela que os astrônomos (que não são poetas) passaram a chamar (a partir de 1978) de “Superlua Cheia" e ocorre somente de 14 em 14 anos.
Em março de 1992 nada havia de medonho além
da Guerra da Bósnia.
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Foto: Tom Stoddart / Getty Images |
Já em março de 2006, houveram algumas ocorrências científicas e políticas-sociais. No campo da astronomia, além do "rebaixamento" de Plutão à
categoria de planeta-anão, foram descobertas as primeiras evidências de água em
Marte (rios, lagos e mares). Também houve o Marcos Pontes, que à bordo da nave russa Soyuz TMA-8, entrou para
a história como o primeiro astronauta brasileiro a ir para o espaço (hoje ele
está em outras órbitas: tornou-se o ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações, do “governo” de Bolsonaro&Filhos). E por falar em política
e/ou em despolítica, foi também em 2006 que o super-larápio Lula da Silva foi
reeleito. E para suavizar o ano 2006 com sua Superlua Cheia, o Brasil recebeu a
visita do Dalai Lama
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Nave espacial russa Soyuz TMA-8 - NASA |
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Dalai Lama - Foto: Folhapress / Veja |
2020 e a tragédia do
Coronavírus
De 9 a 11 de março, centenas de milhões de
olhares se voltaram para a deslumbrante beleza da Superlua Cheia de 2020.
Esqueceram-se, mesmo que por alguns
segundos, da sanha contagiosa e assassina da covid-19 que houvera dado seu
pontapé em janeiro, ou em fevereiro e que desde então têm se espalhado
celeramente em todos os recantos do planeta Terra, contaminando milhões de pessoas
independente de raças, credos e bandeiras , e provocando centenas de milhares de mortes,
Sensatez e
contraponto da boçalidade
política em tempo de coronavírus
política em tempo de coronavírus
Os países que inicialmente adotaram a
sensatez de estabelecer o isolamento
social total e absoluto quando do surgimento do vírus fatídico, conseguiram
minimizar as contaminações e, por conseguinte, o número de óbitos.
Um exemplo brasileiro
de estupidez
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Foto: Sérgio Lima - AFP |
Já aqueles países dirigidos (ou mal-dirigidos) por
medíocres e fanáticos pelo poder e manutenção
do status
quo, e que perderam tempo preciosos
(ou que continuam a perder) em
levantar suas bandeiras podres de ignorância política, têm levado a um absoluto
risco da proliferação maciça do coronavírus com sua fatídica foice da morte. Esses boçais “governantes”, que desobedecem a determinação científica do isolamento social, ou se julgam
ungidos, ou protegidos da contaminação por vomitarem “ser atletas”. A história os julgará como causadores da proliferação do coronavírus, e pela perda de milhares de vidas, seja as de seus fanáticos seguidores, seja as de outros que venha a ser contaminados por aqueles.
Uma pausa nas angústias para buscar entender o fenômeno do “banho de lua”
Uma pausa nas angústias para buscar entender o fenômeno do “banho de lua”
Como a Lua não tem luz própria, ela reflete a
luz do Sol, que é branca – resultado da soma de todas as cores. Quando atravessa a atmosfera do nosso planeta,
a luz refletida pela Lua se dissipa pelo ar. Em contato com as moléculas dos gases que
compõem o ar (oxigênio, nitrogênio e hidrogênio), algumas cores, como o
violeta, o azul e o verde, podem se dispersar a ponto de se tornarem
imperceptíveis.
É o que acontece quando a Lua está mais
próxima do horizonte – ao amanhecer ou anoitecer. “Nesses momentos, a luz
penetra a parte da atmosfera mais próxima do chão e, para isso, tem de
atravessar uma camada mais densa de ar. Nesse processo, perde boa parte de sua cores
azul e verde. Sobram muito amarelo,
laranja e vermelho. A mistura dessas cores é que dá o tom amarelado”, diz Luiz Nunes de Oliveira, professor do Instituto de
Física de São Carlos (USP).
Quando
está bem no alto do céu, a luz refletida pela Lua conserva a cor original, que
é o branco. Isso porque o ar é mais rarefeito em altitudes elevadas, fazendo com
que a perda das tonalidades luminosas verde, azul e violeta seja bem pequena.
Essa é a nossa lua, o nosso satélite natural. Único, lindo, deslumbrante.
Por um certo tempo, a partir de 20 de julho de 1969, foi
pisado por vários de nós. Tiraram-lhe,
para importantes estudos, um número significante de suas pedras, de suas
rochas, de sua poeira.
Desde então, até o dia 19 de dezembro de 1972, assistiu devotados visitantes-estudiosos, percorrerem seu corpo
frio, em longas caminhadas de passos incertos, em veículos motorizados.
E, ao longo de 47 anos, continua assistindo as barbáries,
a fome, a miséria, as atrocidades, as guerras fratricidas, as doenças, as
pestes. Continua assistindo sem apagar
sua encantadora beleza, sua doce poesia.