Marcelo Odebrecht
presta depoimento de duas horas em Curitiba sobre delação premiada
Audiência foi
conduzida por juiz do gabinete de Teori Zavascki
Por Katna Baran, especial para O GLOBO
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Marcelo Odebrecht, preso desde junho de 2015, é um dos 77 executivos da empreiteira que decidiram fazer delação premiada. - Geraldo Bubniak / Agência O Globo |
O empresário Marcelo Odebrecht, preso da operação Lava-Jato desde junho de 2015, foi ouvido na manhã desta sexta-feira numa audiência para confirmação da delação premiada do executivo. A oitiva durou cerca de duas horas e ocorreu na sede da Justiça Federal, em Curitiba.
Marcelo chegou por volta das 8h30, escoltado pela Polícia Federal (PF),
e deixou o prédio pouco antes das 12h. Quem conduziu a oitiva foi o juiz
auxiliar Márcio Schiefler Fontes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele faz
parte do grupo de magistrados que auxilia a relatoria da Lava Jato na Corte,
antes sob responsabilidade do ministro Teori Zavascki, morto em um acidente
aéreo no último dia 19.
O juiz chegou ao prédio da Justiça Federal por volta das 8h40 sob
escolta e não falou com a imprensa. Considerado braço direito de Zavascki,
Fontes é catarinense e o mais antigo no gabinete, dentre os três auxiliares.
Ele também foi o responsável pela confirmação dos acordos de delação do
ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, e do doleiro Alberto Youssef.
Antes do depoimento de Marcelo Odebrecht, Valter Luís Arruna Lana, diretor
superintendente da Odebrecht Sul, participou de audiência com o mesmo juiz para
também confirmar o acordo de delação premiada. O executivo deixou a sede da
Justiça Federal acompanhado de um advogado e não conversou com a imprensa.
A audiência de confirmação da delação premiada é um procedimento comum
do acordo. Nela, o magistrado questiona aos delatores se eles prestaram as
informações de forma livre e espontânea, sem coação por parte do Ministério
Público Federal (MPF).
As confirmações das delações premiadas pelos juízes auxiliares do STF
foram autorizadas pela presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, que deve
homologar os acordos a medida em que eles retornem ao STF. Da Odebrecht, são 77
executivos e ex-executivos que decidiram colaborar com a Justiça.