REFLEXÕES EM TEMPO DA COVID-19

  

―  “Parece que foi ontem,  tão ligeirinho passa-nos  o tempo”, escreveu um dia o Carlos Drummond de Andrade,  poeta mineiro de Itabira e carioca por necessidade.

Parece que foi ontem o dia 25 de fevereiro.  Mas se contarmos no calendário,  foram passados cinco meses em que o primeiro brasileiro  foi infectado pelo novo coronavírus;  um empresário paulista de 61 anos que havia retornado do norte da Itália, febril e com tosse seca. Ele foi diagnosticado positivo para covid-19 pelo Hospital Israelita Albert Einstein, após a realização dos testes específicos.  Não foi a óbito, felizmente, e recuperou-se 2 semanas após o diagnóstico.  Sem cloroquina,  ou sem a sua irmã-gêmea hidroxicloroquina.   

Parece mesmo que foi ontem que após este primeiro caso, a coisa ganhou impulso.  Descambou. Explodiu.  

No momento em que rabiscamos essa postagem, o número de contaminados chegou a 2 milhões e 500 mil, com um número de óbitos de 87 mil, tristemente. .

A imensa luta em busca de uma vacina.

São mais de 100 fórmulas em desenvolvimento ao redor do globo. A expectativa é que o imunizante fique pronto em tempo recorde.

Crédito da foto: UOL Notícias

A corrida por uma vacina contra a covid-19 mobiliza o mundo inteiro e deve chegar a um resultado em tempo recorde.  Porém, mesmo com mais de 100 iniciativas em curso, a solução para a pandemia ainda deve demorar alguns meses.

No último dia 23,  um artigo publicado na conceituada revista médico-científica The Lancet mostrou que a vacina desenvolvida pela Universidade Oxford, no Reino Unido, a mais avançada segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e já em teste no Brasil, consegue induzir uma efetiva resposta imunológica.  Neste mesmo dia, também chegaram ao Brasil as doses da vacina chinesa que será testada no país.

Crédito da foto: Portal PEDMED. Com

O processo para aprovação de uma vacina é trabalhoso.  A Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária é rigorosíssima (o que é profundamente certo),  seja no que diz respeito a medicamentos em geral, e em particular com as vacinas sejam orais, sejam injetáveis.  Para a obtenção de sua aprovação se faz necessário a apresentação de dezenas (muitas vezes, centenas)  de testes clínicos.  A universalmente denominada "PESQUISA CLÍNICA".

O passo-a-passo de uma pesquisa clínica

Crédito da foto:      PhotoStock

Primeiro, é realizada a denominada  etapa pré-clínica,  quando são observados como é a produção de anticorpos e que moléculas estimulam essa produção.  

A substância  ainda precisa passar por três fases de testes em pessoas:

― A primeira fase,  busca saber se a substância  NÃO É TÓXICA para o organismo humano,  e quais os EFEITOS COLATERAIS que ela pode provocar.  

―Na segunda,  é testada a sua EFICÁCIA, ou seja:  se a pessoa em cuja a substância foi aplicada,  produz ANTICORPOS contra a doença.  

― E a terceira,  (e última fase),  funciona da mesma forma que a segunda,  porém em LARGA ESCALA.

Crédito da foto:    USP/Setor Saúde

Crédito da foto:    Google Images

Um exemplo de uma clássica vacina, e sua latência no uso,  é a do sarampo.  A doença foi descoberta em 1953,  porém  o imunizante, infelizmente,   só estave disponível em 1963.  Ou seja: 10 anos após a descoberta da doença.

No entanto, com a covid-19, em hipótese alguma demandará esse tempo. 

Por que o desenvolvimento da vacina para a covid-19 será mais rápido?

Crédito da foto?  Tecmundo.com

Com a covid-19, no entanto, várias empresas prometem vacinas  ainda este ano.  A professora Anamélia Lorenzetti Bocca (da Universidade Federal de Brasília)  concebe que a vacina estará disponível de forma acelerada.  Isso se dará  por alguns motivos específicos no caso dessa pandemia.  Um deles é a quantidade de dinheiro destinado, internacionalmente,  nos Centros de Pesquisas ;  e o outro é ser o vírus uma variação de dois outros patógenos já bem conhecidos:  Sars e Mers, responsáveis por epidemias em 2003  e 2012, respectivamente.

"A fase pré-clínica já se encontra concluída.  Agora, os pesquisadores estão fazendo TESTAGENS EM MILHARES DE PESSOAS ao mesmo tempo", explica a professora Anamélia. "Nós só estamos nesse ponto hoje porque houve muito  investimento antes por parte de nações europeias  e asiáticas”.

AÇÃO GLOBAL

No último dia 17,  a OMS anunciou o projeto Covax Facility, uma ação global que pretende garantir acesso rápido,  justo e igualitário às vacinas da covid-19 quando estiverem prontas.  Ao todo, 165 PAÍSES ESTÃO ENVOLVIDOS.

Crédito da foto:     Canal  Tech

As nações de renda alta ou média terão que pagar pelos custos de suas vacinas,  o que envolve o Brasil, e os de renda baixa receberão um financiamento para arcar com as despesas.  A OMS tem como meta distribuir  DOIS BILHÕES DE DOSES , pelo mundo,  até o fim de 2021.

NOSSA SITUAÇÃO

 

Crédito da foto:     Terra.com

O acordo feito entre Brasil e a Universidade de Oxford é que, caso a vacina seja aprovada, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) , Rio de Janeiro,  será a responsável pela produção das doses no país.   A expectativa é que, inicialmente,  sejam produzidas 30 MILHÕES DE DOSES.  Serão priorizadas pessoas que estão dentro do grupo de risco, como idosos, e também profissionais de saúde. 

No caso da vacina chinesa, o acordo foi feito com o Instituto Butantan, em São Paulo, que teria os direitos de produção no Brasil, caso a vacina seja aprovada. 

Crédito da foto: UOL Notícias

FELIZMENTE, O CAPITÃO & Cia,  ESTÃO DISTANTES DESSAS AÇÕES.

É triste por um lado, e exaltante por outro,  que o “messias” esteja mais ocupado em divulgar a sua droga miraculosa para os ouvidos dos seus fanáticos seguidores , e para as emas que vivem no Palácio da Alvorada.

Crédito da foto:     ADRIANO MACHADO   /    REUTERSREUTERS

Triste,  por ser o nosso Brasil alvo de zombarias,  por parte de dezenas de países, dirigidos por governantes que estão voltados para o socorro de seus concidadãos vitimados pela covid-19.   Esses estadistas,  ou arregaçam as mangas e vão desenvolver trabalhos em unidades de sáude, ou buscam empenhar-se no apoio às iniciativas médico-científicas de soluções para amenizar a severidade da terrível pandemia.

Mas ao lado da tristeza que nos referimos acima, existe a exaltação.  Ou seja, enquanto o “doutor” Jair se ocupa em, criminalmente e criminosamente,  transgredir as determinações do fundamental isolamento, ao dar “rolês” com sua motoca (sem máscara) , espalhando SUA CONTAMINAÇÃO para os garis em seu entorno; 

Crédito da foto:         FOLHAPRESS /  REUTERS

Ou enquanto ele se “encanta” pateticamente  em exibir-se para os repórteres fotográficos, divulgando sua ineficaz droga para as EMAS do Palácio do Alvorada (uma variação dos seus  delírios nas redes sociais,  seu brinquedo diário) .

Crédito da imagem:   Twitter. @Jair Bolsonaro

Crédito da imagem:  Facebook  @Jair Bolsonaro

Crédito da foto:    EVARISTO SÁ    /   AFP

Enquanto ele se jacta em SUAS PALHAÇADAS,  nós podemos reservar nossos pensamentos e ações solidárias,  cada vez mais imensamente,  para os nossos  familiares,  para nossos companheiros de toda classe social, independente de gênero e de cor.

E abominamos  sua gaiatice, e sua infâmia quando disse,  em 28 de abril ― ao tomar conhecimento que número de vítimas da covid-19 era de 4.443 mortes ― “Todos vão morrer um dia.  E daí?  Não sou coveiro.  Sou Messias, mas não faço milagres”.

Crédito da foto:  Jornal de Brasília

Crédito da foto:     Paulo Lopes   /    Futura Press

Esse é o motivo da exaltação que ressaltamos no parágrafo anterior:  SABER QUE SÓ EXISTE UM  Capitão Messias Bolsonaro ― o desajustado que se elegeu, acidentalmente no segundo turno, em 28 de outubro, com 55,13% dos votos válidos.  

E deste então,  apresenta-se no picadeiro do seu circo mambembe, gozando dos aplausos dos seus medíocres seguidores. 

E que,  graças aos céus,  NÃO SOMOS NÓS.

FONTES:  O Estado de S.Paulo  /  A Folha de S. Paulo / Jornal de Brasília / Correio Braziliense  / VEJA  /  ÉPOCA  / ISTO É /  VALOR Econômico /  The New York Times /   UOL Notícias / Futura Press / Facebook / Twitter /