segunda-feira, 4 de maio de 2020


O BRASIL NÃO É UM PAÍS SÉRIO



   ― Ao presidente francês Charles de Gaulle,
 é atribuída essa afirmação crítica, após nos visitar no dia 13 de outubro de 1964,  em plena ditadura militar brasileira, implantada em 31 de março daquele ano. 
O ilustre herói da resistência francesa e da libertação da França do domínio nazista, teria ficado estarrecido com o comprometimento dos princípios da  liberdade e da igualdade,  (tão caros aos povos de toda e qualquer nação, notoriamente àqueles  da França), assim como também o comportamento tirano do governo implantado no Brasil.  Daí, talvez, sua aguda observação de que faltava seriedade na condução da democracia brasileira.
A frase teve imensa repercussão e ficou famosa no Brasil inteiro, causando todo o tipo de reação, quase sempre sem levar em conta o contexto em que teria sido dita: – a vigência da ditadura militar.  Alimentados pelo ufanismo criado pelos militares,  muitos criticaram o presidente francês e alguns, generalizando, passaram a ofender todos os franceses, inclusive agressões físicas àqueles aqui residentes.
No entanto, havia um reconhecimento geral, por parte da grande maioria da população brasileira, aos absurdos que ocorriam no País em relação ao seu truculento ambiente político-militar; aos casos de corrupção; aos problemas na formação educacional; ao direcionamento dos gastos públicos, e à atuação nas relações exteriores. Isso tudo revelava, factualmente, os desacertos na condução da política brasileira;  facilmente percebidos pelo perspicaz estadista francês Charles de Gaulle.

O que poderia ser dito hoje,  diante das mais terríveis aberrações políticas pós militarismo, e atuais?

Excetuando-se os 8 anos de governo de Fernando Henrique Cardoso, e o tampão anterior de Itamar Franco, os ocupantes do Palácio do Alvorada pós Castelo Branco situaram-se entre a força bruta com perseguições, prisões, torturas e mortes (uma característica da ditadura militar de 64;  a demagogia malandra do falso caçador de marajás” (depois impichado)  Collor de Mello;  a comilança criminosa do dinheiro público de Lula da Silva e seus Ladrões;  e, agora por fim, como consequência da premência de  se livrar do banditismo petista, logrou-se eleger-se alguém mais íntegro. 

Foram várias as opções. No entanto, quiz o azar de uma delas.viesse a sofrer um lamentável atentado, e por conseguinte, ausentar-se dos debates prévios (sempre uma oportunidade de se conhecer mais a miúde os candidatos).  Com o impedimento forçado, esse candidato utilizou-se maciçamente da mídia social, onde pôde aproveitar todo o potencial de sua índole capciosa.  Com isso, em um segundo turno, conseguiu eleger-se (embora com uma margem NÃO SIGNIFICATIVA) .  A dura realidade é que ao se livrar da podridão lulista, o Brasil convive, atônito,  com a instalação da personificação da insipiência, da parvalhice  somada à uma personalidade cesarista com sua patológica sede de mando e poder.


Bolsonaro     -   Foto:  Adriano Machado - REUTERS
Essa deformidade política, representada pelo atual Inquilino Passageiro do Palácio do Planalto,  que atende pelo sobrenome de Bolsonaro, e seus auxiliares (com algumas e raras exceções, é claro!),  fariam, não só o antigo presidente francês Charles de Gaulle abismar-se e gargalhar efusivamente, assim como, também  a maioria absoluta dos estadistas atuais sem esquecer, claro, aqueles que houveram vivenciar os períodos de nossa “política” arrolados no parágrafo anterior.

O desatino no tempo do coronavírus


Lei da quarentena Antes de haver casos da doença no Brasil, o então ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta solicitou ao atual que atende pelo sobrenome de Bolsonaro,  em 6 de fevereiro,   providências urgentes para aprovar as normas da quarentena no país e medidas de combate ao coronavírus.   A proposta depois de muita relutância por parte do Inquilino Passageiro do Palácio do Planalto, que atende pelo sobrenome de Bolsonaro,  e os apelos dramáticos de Mandetta,  foi por fim enviada ao Congresso – que a aprovou em 48 horas – como forma de estabelecer regras para a chegada no País dos brasileiros que estavam em Wuhan  (cidade chinesa tida como epicentro da pandemia),  

Imagem:      Rogério Machado Blog
A insensatez, passo a passo


Imerso em uma crise que envolve o Supremo Tribunal Federal e a Polícia Federal  por conta da possibilidade de que seus seus filhos – os cognominados  01, 02 e 03  estejam envolvidos em vários crimes, desde um esquema de divulgação de ataques e notícias falsas,(com coparticipação de alguns empresários bolsonaristas); corrupção ativa e passiva (esquema de “rachadinhas" – caso Fabrício Queiroz)e até envolvimento com milícias, entre outros.  
     Em função de toda essa barafunda, o Inquilino Passageiro do Palácio do Planalto, que atende pelo sobrenome de Bolsonaro, está completamente perdido em seu labirinto, e do qual – talvez por sua notória incapacidade cognitiva – não consegue encontrar a saída.  Procurou, desesperadamente, uma forma de afastar o então seríssimo
  e incorruptível  Diretor Geral da Polícia Federal Mauricio Valeixo.  Acabou, por fim, exonerando-o,  a partir de um estranho formulário de “pedido de demissão”, com assinaturas inexistentes do próprio Valeixo e – pasmem! – do então Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.

Fritada final dos ovos
      O então ministro Sérgio Moro pediu sua demissão de forma incondicional, “ao vivo e à cores”, em cadeia de rádio e TV.  Com a clareza que lhe é peculiar, e pondo todos os pontos nos ii, Moro expôs todo o esquema podre do Inquilino Passageiro do Palácio do Planalto, que atende pelo sobrenome Bolsonaro.
       A intenção do “messias” (que dois dias depois iria se transformar em “profeta” pelo auto-apelidado “servo” – André Mendonça, empossado como Ministro da Justiça), 
era a de colocar na Direção da Polícia Federal, um “amigo do peito” seu,  e  de sua família; um “pau-mandado”, que lhe passasse todas as informações do andamento dos processos envolvendo os amados filhos. 
       O nome?  “Elementar, meu caro!” (como já dizia o Sherlock Holmes): –   Alexandre Ramagem, delegado e atual Diretor-Geral da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN).
Alenxandre Ramadagem e o revaion com Carlos Bolsonaro - Foto: Google Images
Alexadre Ramagem - Foto: Fátima Meira / Futura Press/Ansa


  Barrado no baile

Ministro Alexandre de Moraes  -  Foto:  Época / Globo

O Supremo Tribunal Federal, na pessoa de um dos seus ilustres Ministros – Alexandre de Moraes – pôs areia no ventilador nas intenções mundanas do “messias” ao deferir uma medida liminar suspendendo a nomeação e posse do Alexandre Ramagem do cargo de Diretor-Geral da Polícia Federal.  Na liminar, o Ministro Alexandre de Moraes diz que 
na nomeação apresenta-se viável a ocorrência de desvio de finalidade do ato presidencial de nomeação do diretor da Polícia Federal, em inobservância aos princípios da impessoalidade, da moralidade e do interesse público"


Em plena campanha antecipada para a reeleição
Bolsonaro  discursa em movimento contra STF e Congresso      -       Foto  República de Curitiba.net
Por uma patológica sede de poder, e vendo a economia esfacelar-se, o que fatalmente lhe comprometerá sua quimera de reeleger-se, o “messias” assumiu uma luta quixotesca, contra todos e contra tudo,  inclusive a saúde dos 210 milhões de brasileiros.  
      Diariamente, tem adotado condutas absurdas, um verdadeiro nonsense , com manifestações contrárias à lógica.  Hoje, por exemplo,  não arrefeceu sua posição nem com a incidência do número de 97 mil contaminados, nem tampouco com a  escalada de mortes no País,  que já ultrapassou, hoje,  a casa de 7 mil óbitos

Vejamos as declarações do desequilibrado  messias vociferadas  em seu linguajar peculiar:

Da gripezinha ao o que eu posso fazer, porra?   , relembre os principais comentários desatinados do Inquilino Passageiro do Palácio do Planalto, que atende pelo sobrenome Bolsonaro,  em relação ao novo coronavírus:

9 de março:    “Vírus superdimensionado   Incidência:  25 casos
Em evento com a comunidade brasileira em Miami, o Inquilino Passageiro do Palácio do Planalto, que atende pelo sobrenome Bolsonaro,  minimizou o potencial do novo coronavírus, que já havia causado mais de 3.000 mortes no mundo  (hoje, são mais de 230 mil).
Bolsonaro e comitiva - Jantar no resort de Trump -   Divulgação Profibio Braga Blog
E continuou:  Tem a questão do coronavírus também que, no meu entender, está superdimensionado, o poder destruidor desse vírus.  Então talvez esteja sendo potencializado até por questão econômica, mas acredito que o Brasil, não é que vai dar certo, já deu certo.

15 de março:  Não podemos entrar numa neurose  Incidência:  200 casos
Naquele dia, o Inquilino Passageiro do Palácio do Planalto, que atende pelo sobrenome de Bolsonaro,  estava em monitoramento recomendado pelo ministério da Saúde, pois boa parte de sua comissão nos Estados Unidos havia sido contaminada.  Ele, no entanto, apoiou e participou de atos pró-governo, tocando nos manifestantes e manuseando o celular de alguns deles para fazer selfies.  Depois,  disse à CNN Brasil:     Não podemos entrar em uma neurose como se fosse o fim do mundo. Outros vírus mais perigosos aconteceram no passado e não tivemos essa crise toda.  Com toda certeza há um interesse econômico nisso tudo para que se chegue a essa histeria.
Bolsonaro faz selfies em conglomerações contrariando OMS   -   Divulgação Folha / UOL
17 de março: “Vírus trouxe histeria Incidência:  291 casos e 1 morte.
Antes de seu aniversário de 65 anos,  o Inquilino Passageiro do Palácio do Planalto, que atende pelo sobrenome Bolsonaro,  afirmou que existia uma “histeria em relação à crise da covid-19,  e disse que faria uma “festinha tradicional” para celebrar.   No mesmo dia foi registrada a primeira vítima da covid-19 no país, e o presidente fez a seguinte declaração à rádio Super Tupi:
      Esse vírus trouxe uma certa histeria.  Tem alguns governadores,  no meu entender,  posso até estar errado,  que estão tomando medidas que vão prejudicar e muito a nossa economia .


Bolsonaro dá bananas a jornalistas - Foto: Adriano Cruz - Agencia Brasil

20 de março: “Gripezinha não vai me derrubar Incidência:  904 casos e 11 mortes.
Pouco depois de terminar uma entrevista coletiva com o então ministro Luiz Henrique Mandetta , chamou a doença de “gripezinha” – termo que já havia utilizado anteriormente para falar da covid-19.
     Depois da facada, não vai ser gripezinha que vai me derrubar, não, tá ok? Se o médico ou o Ministério da Saúde recomendar um novo exame, eu farei. Caso contrário, me comportarei como qualquer um de vocês aqui presentes”.

27 de março: Não estou acreditando nesses números  Incidência:   3.417 casos e 92 mortes.
Apesar do consenso em relação à subnotificação de dados referentes à doença, o Inquilino Passageiro do Palácio do Planalto, que atende pelo sobrenome Bolsonaro,   colocou em dúvida o alto número de mortes e casos. Ele disse, ter provas,que vários Estados estavam fraudando as causas das mortes das pessoas.
     Se for todo mundo com coronavírus, é sinal de que tem estado que está fraudando a causa mortis daquelas pessoas, querendo fazer um uso político de números. […]  Em São Paulo não estou acreditando nesses números”.
Bolsonaro  -  Foto: Sérgio Lima   /   AFP
29 de março: Todos nós iremos morrer um diaIncidência:   4.256 casos e 136 mortes

Contrariando todas as orientações, incluindo do Ministério da Saúde e da OMS (Organização Mundial da Saúde), O Inquilino Passageiro do Palácio do Planalto, que atende pelo sobrenome Bolsonaro,  saiu para um passeio nos arredores de Brasília. Ele gravou vídeo com apoiadores em Ceilândia e visitou um açougue em Taguatinga. Depois do passeio, disse:
“Essa é uma realidade, o vírus tá aí.  Vamos ter que enfrentá-lo, mas enfrentar como homem, porra,  não como um moleque.  Vamos enfrentar o vírus com a realidade.  É a vida.  Todos nós iremos morrer um dia”.
Bolsonaro em passeio em ruas de Ceilândia/DF     -      Imagem: Globo
12 de abril: “Vírus está indo embora Incidência:   22.169 casos e 1.223 mortes

Em uma live com lideranças religiosas, O Inquilino Passageiro do Palácio do Planalto, que atende pelo sobrenome Bolsonaro,  voltou a minimizar o novo coronavírus.  Dois dias antes, o país havia ultrapassado a marca de mil mortos pela covid-19.  No mundo, eram mais de 100 mil mortos.
   Parece que está começando a ir embora essa questão do vírus, mas está chegando e batendo forte a questão do desemprego”.

20 de abril: “Eu não sou coveiro, tá? Incidência:  40.581 casos e 2.575 mortes.

Em frente ao Palácio do Planalto, o Inquilino Passageiro do Palácio do Planalto, que atende pelo sobrenome Bolsonaro,  interrompeu um jornalista que perguntava sobre a quantidade de mortos por conta do novo coronavírus. O país havia contabilizado, apenas em um dia, dois mil casos e 113 vítimas.
     Ô, ô, ô, cara.  Quem fala de… eu não sou coveiro, tá?
Bolsonaro     -     Divulgação Jornal de Brasília 
28 de abril:  E daí? Quer que eu faça o quê?”    Incidência:  71.886 casos e 5.317 mortes
Com mais de 5 mil mortes registradas, 
o país ultrapassou a China, que registra oficialmente 4.443 vítimas da covid-19.   O Inquilino Passageiro do Palácio do Planalto, que atende pelo sobrenome Bolsonaro,  reagiu desta forma ao ser indagado sobre os dados:
E daí?  Lamento.  Quer que eu faça o quê?  Eu sou Messias, mas não faço milagre.
Bolsonaro     -     Foto:  Evaristo Sá  / AFP


Fontes desta Postagem: The Washington Post /  Times Magazine / Veja / Isto É /  Folha de S. Paulo / O Estado de S. Paulo / Globo News / Correio Brazilense / Jornal de Brasília / Museu da Imagem / UOL Notícias 


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