quinta-feira, 16 de abril de 2020


16 de abril 2020

Entre a palhaçada do circo mambembe

e a tragédia shakespeariana

Imagem:   CIRCO MAMBEMBE -  Cia. Volta Seca - Teatro e circo, brinquedos e bonecos 
Fotos:  Patrícia Selokem em interpretação de Hamlet /  Armazém Cia. de Teatro  /  Printerest
Fontes: O Estado de S. Paulo / Notícias UOL / Folha de S. Paulo / The New York Times

Respondendo aos jornalistas presentes à reunião com sua Equipe, realizada no final da tarde de ontem (dia 15), o ministro da Saúde, o médico Luiz Henrique Mandetta  informou que espera a qualquer hora a sua demissão.  
Como sempre, sua seriedade e incansável dedicação ao combate do novo coronavírus, foi a tônica da sua exposição,  junto com sua eficiente Equipe, sobre as ações tomadas, bem como o número de casos 20.912 contaminados com um total de  1.760 pessoas mortas pela convid-19, o que representa um índice de letalidade dos mais elevados entre todas as nações).

As DUAS COLUNAS de Mandetta

Foto:   Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta responde à jornalistas  -  Divulgação TV Brasil
Nós nos apoiamos em duas colunas”, disse o ministro da Saúde.  "Uma é a coluna da beleza do amor à Vida, a outra é a coluna da força do respeito à Ciência”.   E continuou:  “Há quem tenha pensamentos e atitudes diferentes das nossas.  Aceitamos o contraditório, e acatamos nossa substituição,  mas não deixaremos jamais que nos abatam  essas nossas duas colunas”.

A “lenda” rides again

Foto:  Presidente Bolsonaro  -  Adriano Machado / REUTERS
Inconformado, e revoltado,  por se ver criticado, nacional e internacionalmente,  de romper o isolamento social, indo ao encontro de sua fanática claque,  mesmo sabendo que pode pô-la em risco de contaminação. E,  agora, mais raivoso do que nunca por seu ministro da Saúde ser entrevistado pela Globo –  sua patológica aversão ao jornalismo sério e, por conseguinte, não servil ao seu desgoverno –  o reformado capitão Messias não vê a hora de colocar no lugar do competente Dr. Mandetta, um “joão-niguém" qualquer,  que lhe venha dizer amém às suas desmedidas e, muitas vezes, desvairadas ideossincrasias. 

Sua psiquê  (que bem poderia ser motivo de estudo do médico neurologista e psiquiatra austríaco,  Sigmund Freud),  se sustenta  exclusivamente de três “nutrientes” primordiais, e muitas vezes contraditórios:  mando,  exibicionismo, e paranoia 


Exemplos de carência de autoafirmação

Quando o fato se consumar, a demissão do seu incansável batalhador ministro da Saúde, dar-se-á tal qual já ocorrera com  Gustavo Bebianno, Joaquim Levy, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, Ricardo Galvão, Marcos Cintra, Roberto Alvim, Vicente Santini, Gustavo Canuto, e  Osmar Terra.   Esse último foi demitido do ministério da Cidadania em meio a críticas na condução do programa Bolsa Família, subordinado à pasta, e depois de reportagens do jornal O Estado de S. Paulo revelarem que o ministério, sob sua gestão, contratou uma empresa suspeita de ser usada como laranja para desviar R$ 50 milhões dos cofres públicos.  No entanto,  o real motivo foi realocar o seu irmão de fé, o seu camarada, Onyx Lorenzoni.   

Quem substituirá Mandetta?

Osmar Terra, hoje deputado federal, é o nome mais cotado para o lugar do ministro Mandetta.  No entanto, o capitão reformado tem no bolso outros papeizinhos com outros nomes de:  Cláudio Lottemberg, presidente do Conselho Deliberativo do Hospital Israelita Albert Einstein; a médica oncologista Nise Yamaguchi, a cardiologista Ludhmila Hajjar e, (quem sabe?) Antonio Barra Torres, contra-almirante da Marinha e presidente da Anvisa, e seu fiel  acompanhante de irresponsabilidades,  no descumprimentos à norma de isolamento social e de evitamento à transmissão do vírus convid-19. 

Foto:  Bolsonaro cumprimenta pessoas aglomeradas, acompanhado de Antonio Barra Torres - Sérgio Lima / AFP

O carnaval vai chegar;  novamente

Ator MARCELO ADENET  parodiando Bolsonaro, em desfile da Escola de Samba São Clemente - Divulgação Rede Globo

Repetindo.  Quando a demissão do seu competente incansável trabalhador, ministro da Saúde se consumar,  Bolsonaro&Filhos, juntos com sua a corriola fanática, irão reinventar um novo carnaval, em pleno período de isolamento social.  Para eles, pouco importa!  O importante é botarem o bloco na rua. 
Então, lá estarão, com as suas vestimentas de bisonhos palhaços, ou de tristes assombrações de reis e vassalos. 
Lá estarão, tendo o astrólogo Olavo de Carvalho como rainha da bateria, ou como primeira porta-estandarte. 
Um dos destaques da Escola São Clemente 

A dúvida é se irão desfilar na passarela da Sapucaí, no Rio, ou na do Anhembi, em São Paulo.  Nas duas, deverão ter suas irresponsáveis manifestações descumpridoras de isolamento social, tolhidas pelos temidos concorrentes em 2022 os governadores Wilson Witzel e João Dória.   

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