quinta-feira, 17 de maio de 2018

17/maio/2018 - 10h15



TRF-4 nega último recurso e manda executar pena de José Dirceu
Desembargadores negaram pedido da defesa por unanimidade; Dirceu já poder ser preso em ação em que foi sentenciado a 30 anos e nove meses

 Foto:Jorge William / Agência O Globo



O Globo  
―   Os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) negaram por unanimidade, na tarde desta quinta-feira, o último recurso em segunda instância do ex-ministro José Dirceu em um dos processos que o petista responde na Lava-Jato e que envolve a empreiteira Engevix. Com isso, o ex-ministro já pode ser preso.



Ao negar os embargos de declaração da defesa de Dirceu, a corte determinou a imediata comunicação para a execução provisória da pena. O caso do petista agora volta à 13ª Vara Federal de Curitiba, onde atua o juiz Sergio Moro que já havia sentenciado Dirceu a 20 anos e dez meses de prisão em junho de 2016. Como Moro está em viagem a Nova York, onde foi receber um prêmio, a juíza federal substituta Gabriela Hardt está na titularidade da vara e pode tomar a decisão.

Dirceu recorreu da decisão de Moro, mas a corte não só manteve a condenação, como também aumentou a pena para 30 anos e 9 meses de prisão por corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

O criminalista Roberto Podval, defensor de Dirceu, disse que vai recorrer da decisão:
— O julgamento é parte de um processo, temos muito a discutir e acredito que o resultado possa ser modificado - afirmou Podval.

Dirceu já chegou a ficar preso no Paraná entre agosto de 2015 e maio de 2017, quando conseguiu um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para responder o processo em liberdade desde que monitorado por meio de tornozeleira eletrônica.

No mesmo processo de Dirceu, o TRF-4 também rejeitou nesta tarde os recursos e mandou executar a pena do ex-vice-presidente da Engevix Gerson Almada e do empresário Fernando Antônio Guimarães Hourneaux de Moura. O primeiro teve a pena elevada de de 15 anos e 6 meses de prisão para 29 anos e 8 meses. O segundo obteve uma redução de 16 anos e 2 meses para 12 anos e 6 meses.

De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, empresas terceirizadas contratadas pela Petrobras pagavam uma prestação mensal para Dirceu por meio do lobista Milton Pascowitch, que fechou acordo de delação na Lava-Jato. Os procuradores também afirmam que a Engevix pagava propina por meio de projetos e contratos com a direitoria de Serviços e da celebração de contratos simulados com a empresa de Dirceu, a JD Consultoria. Ao todo, o ex-ministro teria recebido R$ 11 milhões em propinas da Engevix por meio de contratos superfaturados com a Petrobras. Em depoimento a Moro, o ex-ministro negou as acusações.




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